O futuro da galáxia, segundo Asimov
Como um dos maiores
escritores de ficção científica de todos os tempos visualizou o destino final
da humanidade depois de colonizar toda a galáxia?
Como escritor e cientista Isaac Asimov estava à frente de
seu tempo. Se você não está familiarizado com seu nome, saiba que esse escritor
americano, nascido na Rússia, está entre os maiores nomes literatura com uma
obra colossal. Se pensa não conhecer nenhuma história de Asimov saiba que foi baseado
em suas obras os filmes “Eu, Robô”, “O Homem Bicentenário” e “Viagem Fantástica”.
Estima-se que Isaac Asimov escreveu mais de 8 milhões de
palavras em cinqüenta anos de carreira literária. Com quase cinco centenas de
títulos publicados, especialmente de não-ficção, é um dos autores mais
prolíficos da história. Na obra Opus 100
(onde comemora a marca dos cem livros) aparece cercado por suas obras. (veja as
imagens a abaixo*). No Opus 200 aparece
sentado em todas as suas obras. No 300,
não houve espaço na capa para todas as obras e acabou aparecendo apenas o seu
retrato.
Dizia trabalhar 7 dias por semana, durante dez horas por
dia, e sentia-se desconfortável quando tinha alguma interrupção de seu
trabalho. Em seus livros escreveu sobre tudo: robótica, matemática, viagens
espaciais, literatura, história, física, astrofísica, cosmologia, tecnologias
ainda inexistentes, entre outros temas. Também não escondia sua intenção de ser
o maior divulgador de ciência do Século XX, julgando no final da vida que havia
conseguido seu objetivo.
Asimov teve certa ascensão e em função da publicação de suas
histórias nos pulp magazines
(revistas feitas de polpa grosseira que não era tratado e em gerava boa
impressão) sobre ficção científica. Estima-se que um dos maiores legados é sua
rigidez enquanto autor que faz suas obras serem encaradas como ficção ou mesmo
um exercício de lógica. Segundo muitos especialistas, esse rigor de escrita é
mais relevante que sua vasta produção em favor da divulgação científica. Entretanto,
sua vida acadêmica, como se sabe, tinha pouca pesquisa, mas sua capacidade de
divulgação era formidável.
Em seu futuro fantástico, onde já habitamos outros planetas,
a Terra, por exemplo, acaba não tendo um destino muito nobre, pois termina
radioativa e controlada por ditadores e fanáticos religiosos que matam pessoas
que não podem trabalhar, entre outras coisas terríveis.
Dentro da ficção científica, Asimov descreve um período de
25 mil anos que vai desde os dias atuais até a ocupação total de nossa galáxia.
Com o avanço da colonização espacial os anos começam a ser calculados como Era da Fundação e por meio de um Império Galáctico que comanda tudo
através do planeta central chamado Trantor.
Segundo o autor, ao criar histórias com viagens espaciais, robôs
e temas futuristas sua intenção era chegar a lugar algum. Tanto que suas obras
são cheias de contradições por não se atentar tanto a datas, certos fatos e
pequenos detalhes em suas obras. Com o apelo dos fãs, ele sentiu-se obrigado a unir
suas histórias, antes publicadas individualmente, e fazer uma ligação entre
elas. Daí o fato de tantas brechas existentes.
A FUNDAÇÃO
O conjunto de textos mais famosos fala sobre a Fundação e foram
agrupados em 3 livros intitulados “Fundação”;
“Fundação e o Império” e a “Segunda Fundação”. Essas obras lhe renderam
enorme sucesso de crítica e público e, desde a década de 60, é considerada a
melhor série de ficção de todos os tempos que teve edições traduzidas para todo
o mundo.
Devido ao enorme sucesso da trilogia, os editores
convenceram Asimov a escrever mais histórias e com isso foi lançado a “Fundação II”; “Os robôs do amanhecer”; “Os
robôs e o Império” e a “Fundação e a
Terra”. Por fim, também publicou “Prelúdio
da Fundação” que relata como um simples e promissor matemático iria passar
por diversas complicações e turbulências até se tornar o grande Hari Seldon.
Caso você nunca tenha ouvido falar da Fundação, uma trama
cheia de crises, incertezas e reviravoltas, segue um hiper-resumo da trilogia
original:
Num futuro de mais de onze mil anos à frente, onde a
humanidade já se espalhou pela galáxia e por milhares de planetas, o matemático
Hari Seldon cria através fusão entre a matemática e a sociologia uma forma de
prever o futuro chamada de psico-história. Entretanto, esse futuro não podia
ser utilizado para poucas pessoas, mas somente para grandes grupos de
civilizações. Ao perceber que o Império Galáctico estava entrando em declínio,
consegue ver que o governo iria cair e os conflitos durariam mais de trinta mil
anos até o surgimento de um novo império.
Para diminuir esse tempo de barbárie para apenas mil anos,
Hari Seldon traça um plano criando uma Fundação em um extremo da galáxia, num
planeta chamado Terminus, para acumular toda tecnologia e conhecimentos através
da Enciclopédia Galáctica. Nessa
jornada nada é muito certo e entre várias crises aparece um ser chamado de “O
Mulo” que possui incríveis poderes mentais e telepáticos e assim dominando seus
oponentes. Com isso, O Mulo vai conquistando tudo e bagunça todo o plano
traçado pela psico-história. Como se não bastasse, descobrem que Seldon criou secretamente
uma segunda fundação no outro extremo da galáxia dedicada ao desenvolvimento
das ciências mentais. E assim segue a saga no intuito de fazer o plano de
Seldon prevalecer em nome do Império Galáctico.
Entretanto, o que muitos não sabem é que a psico-história de
Hari Seldon e seu plano original foram importantes e significativos mais tiveram
de ser alterados com o passar do tempo. Aqui não será revelado o que resultou de
toda essa trama genial, mas em seu final algumas decisões são tomadas e isso
irá impactar a galáxia de um modo que nem mesmo Seldon pode imaginar. Ou seja, a
trilogia tão aclamada pelos fãs acaba se tornando na verdade apenas alguns elos
que vão muito além ao se visualizar a jornada completa.
O destino da Humanidade e de toda a nossa galáxia acaba
sendo surpreendente em todos os sentidos e os meios para se chegar lá ainda
mais insólitos. Diante da vastidão de conflitos e tormentos enfrentados, a
humanidade de Asimov acaba tendo um final que ainda hoje assombra pela grandeza
e originalidade. A brilhante mente de Asimov nos reserva mais do que surpresas,
mas um alento para quem só pensa no fim deste mundo. Sua genialidade estava
muito distante de seu tempo e desejo que tenhamos um destino tão brilhante
quanto ao que escreveu. Que suas palavras sejam profecias para milhares de
gerações no futuro.
Como homenagem ao autor, segue o discurso de
adeus de Asimov: “A todos os meus gentis leitores, que me trataram com tanto
carinho por mais de trinta anos, devo dizer adeus... Sempre quis morrer no
posto, diante de meu teclado, com meu nariz preso entre duas teclas, mas não
foi assim que aconteceu. Tive uma vida longa e feliz e assim não posso me
queixar no final. Então adeus minha querida esposa, minha filha Robyn e todos
os editores que me trataram de um modo muito melhor que mereci. Adeus então aos
meus gentis leitores que foram tão uniformemente generosos comigo. Foram eles
que me mantiveram vivo em meio às maravilhas da ciência e tornaram possível que
eu escrevesse meus ensaios.”
Esse texto traz apenas informações
básicas.
Estude! Se aprofunde mais no assunto!
E
não acredite em nada. Experimente!
Por Alexandre Pereira.
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