Mágoas insuspeitas

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Tempos atrás, durante uma prática assistencial, tive a informação simples e direta de que havia pessoas conhecidas que alimentavam mágoas ocultas e silenciosas em relação a mim. Entendi que esse processo em sua maioria era mais uma questão da própria consciência e não necessariamente de um erro que cometi. Mesmo sem ter como confirmar, veio a certeza que se magoaram sem motivos reais e mais por fragilidades emocionais.

Depois dessa informação, passei uns dias pensando nesse processo de mágoas insuspeitas onde alguém se apega a migalhas e escolhe ficar remoendo mentalmente questões que são mais fantasiosas do que concretas. Se havia mesmo indivíduos com mágoas veladas o que poderia ser feito? Devia dar de ombros e seguir em frente como se não tivesse tido essa informação?

Depois de refletir resolvi listar algumas pessoas que talvez pudessem estar magoadas independentemente de quem poderia ter “razão”. Entrei em contato com essas personalidades (grande parte via internet) pedindo desculpas caso tenha ficado algum mal entendido ou algo mal parado. Ninguém confessou ou correspondeu afirmativamente que tinha algum nível de mágoa.

Naturalmente, senti que algumas pessoas não entenderam nada ou se confundiram com o gesto. Tenho certeza que teve até quem pensou não ser um contato gratuito e que tinha algum interesse por trás (essa “natureza humana” às vezes não falha). Mesmo assim penso ter sido a melhor escolha, tanto que me senti mais “leve” depois desses pedidos.

Um forte motivador para entrar em contato também foi um caso que ocorreu anos atrás quando uma senhora que era colega de trabalho me chamou em particular para me pedir perdão. Acontece que ela não tinha feito nada para mim e não tinha o que desculpar. Foi então que ela me disse que num retiro religioso as palavras do padre foram muito fortes quanto a perdoar as pessoas e sentia-se mal.

Ela admitiu que sempre pensava mal de mim mesmo sem eu ter feito absolutamente nada. Disse que bastava me ver para ficar irritada no tempo que trabalhamos juntos e, pelo que entendi, devia ter vontade de me estrangular diariamente. Ao final da conversa ela insistiu que queria minhas desculpas e eu dei mesmo enfatizando que gostava dela e não tinha nada contra.

Dessa vez me sentia como na época dessa conversa, mas agora me desculpando não sei o porquê e nem por qual razão. Quando você avalia o mundo emocional das pessoas fica mais evidente o quanto esse planeta e todos nós ainda carecemos de mais maturidade íntima. Alguns se magoam silenciosamente sem motivo e nem justificativas razoáveis enquanto outros te pedem desculpas por algo que não fizeram.

Caso você tenha alguma mágoa e por acaso não tenha entrado em contato com você segue minhas desculpas. Caso nem nos conheçamos pessoalmente e se mesmo assim fiz alguma publicação que te feriu ou desagradou, independente de quem esteja certo, também peço desculpas. Desejo que você deixe essa carga emocional inútil e sigamos nossos caminhos de modo mais leve. “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.” (Shakespeare).

Questões reflexivas:

Existe alguém do seu convívio que pode alimentar mágoas insuspeitas sobre você?

Você guarda mágoas infundadas e sem sentido em relação a alguém? Até quando?

Fazendo algo ou não fazendo nada alguém pode se incomodar com você. Ainda tenta agradar a todos?


Este texto traz apenas informações básicas.
Estude! Se aprofunde mais no assunto!
E não acredite em nada. Experimente!

Por Alexandre Pereira.


 

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