Rejeição e Medo da Solidão
Você tem medo da solidão? Tem medo de morrer sem manter nenhuma relação? As rejeições amorosas são motivo de sofrimento inevitável?
A
resposta dada a essas perguntas leva uma legião de pessoas do desconforto ao
desespero. Ninguém gosta de ser rejeitado. Ninguém gosta de estar sempre
sozinho. Enquanto alguns lidam de modo mais tranquilo com esses assuntos também
há pessoas paralisadas e aflitas em segredo.
Fica
cada vez mais claro que a solidão, a depressão e a falta de empatia estão entre
os grandes problemas do futuro. Esse texto traz um exemplo prático, ocorrido
com este autor, dos problemas com a rejeição e que tem como base a fobia da
solidão também chamada de isolofobia. Se essa temática o interessa sugiro a
leitura atenta até o final.
Muitos
anos atrás entrou no meu ambiente de trabalho uma nova colega que logo se
mostrou muito gentil e amigável. Não demorou muito para ser tomado por um
sentimento arrebatador de paixão, que, aliás, foi segundo mais intenso que tive
até hoje. A relação foi ganhando mais intimidade e com o tempo começaram a
surgir várias sincronicidades bem como acontecimentos pequenos e significativos
que, vistos como um todo, ganharam relevância.
Para
mim, tudo indicava que “era ela”. Na verdade, fui me convencendo de que eu
queria tê-la como namorada e companheira. Apesar de sua timidez, que pouco
falava, havia uma conexão mais sentida do que dita. Há olhares que dizem em silêncio mais do que demoradas declarações.
Depois
de um bom tempo, julgando que o nível de reciprocidade era o mesmo, e depois de
irmos duas vezes ao cinema, acabei fazendo a bobagem de me declarar. Devido a
sua timidez, pensei ser a melhor opção. Levei um buquê de rosas e disse privadamente
tudo o que sentia. Ao contrário do que poderia imaginar, o enredo não teve o
final esperado.
A
garota antes tão meiga e sensível repentinamente se tornou grosseira e super
agressiva. Ser rejeitado faz parte da história de todo homem e já tinha tidos vários
episódios nesse sentido. Entretanto, foi a pior que tive (até aquele momento)
com muitos palavrões, xingamentos e ofensas diversas. A surpresa do ocorrido
teve grande impacto no saldo final do ocorrido.
Fiquei
arrasado. Apesar de ser uma pessoa que quase não chora, ao chegar em casa não
aguentei e chorei por um bom tempo, sempre de modo intermitente (parava e
voltava continuamente) e não tinha sequer apetite. Tive muitos dias ruins nessa
vida, mas esse, sem dúvida, foi o pior. A angústia sentida não era somente pelo
modo como fui rejeitado, mas por ter supostamente perdido a “pessoa certa”.
No
entanto, tive que admitir para mim mesmo que o contexto todo só ganhou essas
proporções devido ao medo da solidão. Aliás, desde muito novo sempre fui acometido
desse tipo de aflição ao pensar que poderia passar a vida toda sozinho, sem
nenhuma companhia amorosa. Só de imaginar uma vida sendo sozinho já me deixava
inquieto.
Nesse
momento de fragilidade emocional (ainda no mesmo dia) fui atacado por diversas
cunhas mentais do tipo “nunca vou encontrar a pessoa certa”, “vou morrer
sozinho”, “perdi a pessoa certa”, “nunca vou ser feliz” e coisas do gênero. Naturalmente
havia assediadores extrafísicos (espíritos negativos) se aproveitando do
momento e de tudo que permiti na época.
Ao
dizer para mim mesmo que não morreria sozinho, tentando sair daqueles
pensamentos e sentimentos paralisantes, resolvi num momento de não choro tomar
alguma atitude com alguma mulher para “provar” para mim mesmo que o futuro
seria diferente. Nunca fui do tipo galã mais também não era o oposto que não
tinha nenhum sucesso com mulheres (uma pessoa normal). Essa questão da solidão
era mais uma questão psicológica.
Já
era noite quando, nesse dia fatídico, resolvi contatar duas mulheres no intuito
de conseguir alguma coisa. Uma delas era solteira e que tinha atração física e
a outra era casada mais que tinha tido alguns episódios de congressus subtilis (ver quadro abaixo*) anteriormente. Nunca traí
e nem me envolvi com ninguém que fosse casada, mas, mesmo sendo totalmente
contra esse tipo de prática, acabei indo contra meus próprios princípios.
Estava
tão mal e com o nível de lucidez tão baixo que fiz o contato com essas mulheres
por e-mail. Isso mesmo... pasme! Até um pré-adolescente sabe que mandar e-mails
convidando para ter uma relação não funciona, obviamente. Em meu estado
deplorável nem cogitei essa tolice e mandei esses e-mails lastimáveis.
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O
congressus subtilis é a união sexual
fora do corpo. Em sua grande maioria é um fenômeno negativo e vampirizador de
energia. É muito mais vívido do que mero sonho. Você já acordou com a nítida sensação
de ter feito sexo?
Para
falar melhor sobre os congressus subtilis, tive muitas vivências na época da
adolescência (normal para a idade) e depois fiquei muitos anos sem esse tipo experiência.
Só fui ter novamente depois de muitos anos com uma pessoa conhecida da qual
sabia que não era ela e tinha assédio extrafísico no pedaço (assédio de
função).
No
caso com essa pessoa conhecida, como as investidas de cunho sexual não me
interessavam mais e já conseguia me controlar para não deixar acontecer, o
assédio teve uma mudança de tática: começaram as declarações românticas (sem
conotação sexual).
Resumo:
eventualmente tinha contatos de intenção sexual que depois passaram para declarações
românticas de uma pessoa comprometida. Mas sabia e sentia que não era a própria
pessoa - era um embuste com a face transfigurada de pessoa conhecida para criar
confusão. Inclusive, depois de algum tempo, tive a comprovação que se tratava
de assédio se fazendo passar por outro (não era mesmo ela). Depois disso tudo
os episódios projetivos de qualquer cunho sexual ou similares foram extintos.
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No
momento de crise uma das pessoas que mandei o e-mail era essa que supostamente
aparecia nesses congressus subtilis.
Um desses e-mails deu enorme problema, dor de cabeça e diversas complicações
durante alguns anos. Uma cunha mental foi quando pensei que essas experiências
de congressus subtilis seriam um indicativo do que fazer ou sobre quem eu
deveria investir. Ledo engano, naturalmente.
Já
na manhã seguinte, ao “voltar ao normal”, passei por enorme ressaca moral. Vi a
besteira que tinha feito com os e-mails e a dor das palavras dela me rejeitando
já tinham diminuído. Esse episódio, onde tudo ocorreu em apenas 1 dia, foi o
estopim para uma intensa reformulação íntima. Não podia permitir que nada e
ninguém pudesse me alterar dessa forma. Mas o problema não eram os outros. As
mudanças devem ser internas para que o externo não perturbe.
O
que fazer depois de tudo? Como deveria seguir a partir desse dia? Depois de
passar dias pensando e refletindo só havia uma coisa a ser feita: autopesquisa e renovação. Nas semanas posteriores até a pretendente mudou de
cidade. Como sabia que me render de novo ao desespero não era uma opção, fiz da
autopesquisa um pilar para que nada semelhante voltasse a ocorrer (reciclagem íntima).
De um modo mais didático, divido as providências tomadas em 8 tipos que foram
executadas em um período longo, especialmente nos momentos que estava solteiro.
1.
Problema raiz. Fui avaliar qual era
a ideia central ou a questão emocional que gerou toda essa problemática. Depois
de levantar quase 30 possibilidades, que estavam nas mais diversas categorias,
a conclusão era de que, no meu caso, a raiz de tudo era mesmo o medo da solidão.
Li vários artigos e livros que tratavam desse tema e puder aprender muitas
informações que ajudaram de modo significativo a entender e “aceitar” a solidão.
Um
pesquisador independente, capaz de aprender sem professor e se reformular sem
precisar da motivação gerada pelos outros, pode fazer muito por si mesmo. Ou
seja, o papel do autodidatismo é
fundamental nas questões de autossuperação. É preciso “correr atrás” das
soluções e do que escolheu como meta.
2.
Acesso ao passado. Depois de me
tratar quanto à solidão e quando já estava aprendendo a viver equilibradamente de
modo mais autônomo, ganhei um presente. Tive um acesso ao passado (memórias de
vidas passadas) que esclareceu a origem desse receio. Tudo ficou claro e essa
foi a “pá de cal” que ajudou a sepultar essa questão.
3.
Rejeição. Fui estudar e entender a
rejeição e suas diversas raízes ligadas à autoestima. Um tema que julguei
central foi à auto-aceitação, independente de qual for sua dificuldade pessoal.
Por mim esse seria um tema que deveria ser trabalhado em todas as escolas pelo
mundo. Qual a porcentagem de pessoas que forçam a própria barra para ser o que
na verdade não são? Quantas pessoas passam uma vida sentindo-se deslocadas ou
impostoras? A pior rejeição é a
auto-rejeição.
4.
Rejeição feminina. Depois de me
aceitar em inúmeros aspectos, precisava superar o fato de ser rejeitado por uma
pretendente amorosa. Depois de investigar livros e materiais sobre o tema
(incluindo sobre paquera e conquista) apliquei inúmeras técnicas para a
desdramatização.
Descobri
que o problema da rejeição se resolve com a rejeição. Ou seja, para que não
ficasse mais abalado precisava de doses maciças de rejeição. Realmente o autor
estava correto quanto a isso. Sem jamais ser grosseiro, fui para bairros
afastados para treinar a aproximação e me acostumar com a rejeição (ir para um
local afastado onde não te conhecem também é uma técnica).
No
começo é difícil e sempre machuca. Entretanto, com o tempo tudo vai ficando
mais natural e quase não dói. Para minha surpresa, como contraponto, também
tive sucessos maiores do que podia imaginar. Nunca achei que um dia, por
exemplo, chegaria em casa com 10 telefones diferentes. Mais não pense bobagem,
pois não iludi ninguém e nem tive posturas permissivas.
5.
Questões mesológicas. Analisei
pessoas ao meu redor (familiares, amigos, colegas de trabalho) que poderiam ter
problemas com a solidão. Ainda que inconscientemente certos padrões alheios
podem ter grande influência no modo como nos manifestamos. Encontrei mais
respostas do que supunha e ficar atento a pessoas próximas também ajudou no
entendimento e na prevenção de “recaídas” em padrões semelhantes.
6.
Reformulação de princípios amorosos.
Foi preciso rever certas posturas do romantismo imaturo e sobre a espera da
“pessoa ideal” ou da “dupla perfeita”. Ser um homem educado e “romântico” em
momentos adequados é bom, mas o excesso de fantasia ou expectativa gera apenas
frustração e autoengano.
Por
exemplo, nesse quesito as mulheres, especialmente as mais jovens, sonham com a
chegada do “príncipe encantado”. Na maioria esmagadora dos casos não existe um
príncipe que chega. Na maioria dos casos, chega o sapo que você merece. O mesmo
vale para os homens. Relações fortes são construídas com esforço e concessões e
não com varinhas do condão.
Mais
não existem pessoas que combinaram ser um casal antes mesmo de renascer? Sim,
existem. Entretanto, muitos não conseguem se encontrar ou não formam uma
relação duradoura como deveria ser. A realidade nem sempre é muito romântica.
Só que a realidade é a realidade. É
preciso estar aberto para o amor chegar e maturidade para, se for o caso, dizer
adeus.
7.
Reforço da independência. Uma pessoa
independente é autossuficiente a ponto de não precisar (desesperadamente) do
outro. Isto é, a independência sem extremismos é positiva por não gerar a
dependência emocional. Estudar a temática da codependência também foi
enriquecedor naquele momento. Triste é a condição de quem simplesmente não
consegue ficar sozinho, que precisa de uma companhia, de qualquer companhia. Quem não sabe ficar sozinho sabe mesmo estar
acompanhado?
8.
Aprofundamento no CPC. O Código
Pessoal de Cosmoética (CPC) é técnica da Conscienciologia sobre posturas e
condutas relevantes segundo sua realidade. Nesse sentido, fui fundo no intuito
de me posicionar quanto ao que não fazer em situações de crise ou em momentos
de pressão. Ao colocar em “pratos limpos” para si mesmo o comportamento que possível, o que é indevido e o inaceitável
tudo fica mais harmonioso. Desde então passei por situações mais difíceis e
conturbadas mais não descumpri o “acordo comigo mesmo” estabelecido no CPC.
Nessas
leis que você mesmo cria, por julgar ser uma necessidade evolutiva, é importante
ressaltar que não servem apenas de enfeite ou para dizer aos outros que possui.
Antes de qualquer coisa é um posicionamento da sua consciência. No caso pessoal, por exemplo, nunca me envolvi com
alguém comprometido. Portanto, o mero ato de tentar (ainda que de forma idiota
como por e-mail) foi o suficiente para entrar, por exemplo, nesse novo CPC que
desde então permanece sólido.
Você não tem o direito de cometer bobagens ou
assediar os outros pelo simples fato de não estar bem.
Depois
de dedicar tempo, energia e esforço pessoal o resultado e a superação podem ser
alcançados. No meu caso, por exemplo, ficar sozinho não assusta mais. Atualmente
(ano-base: 2017) estou solteiro (isso já faz alguns anos) e isso não é mais um
peso. Só invisto em quem sinto valer a pena. A vida é muito rápida para viver
mal acompanhado ou se queixando de ainda não ter dado certo.
Outro
ponto que também vale citar é que nunca, a rigor, estamos sozinhos. Com o
incremento do parapsiquismo (sensitividade ou mediunidade) é possível interagir
continuamente com seres extrafísicos de todos os níveis e espécies. Nem mesmo a
desativação do corpo físico traz a separação absoluta.
Todos
têm conexões e o conceito de solidão é mera ilusão. No entanto, o parapsiquismo
por si só não resolve o problema, pois a presença não é suficiente já que o
importante é o toque. Quem afirma que é solitário na verdade diz ser insensível
as outras dimensões.
Você
tem medo de quê? A solidão ainda é um problema? Ser sincero nessas respostas hoje
pode evitar um bocado de dor de cabeça no futuro. Esse texto certamente não é
“receita de bolo” ou sugestão sobre o que deve ser feito, nada disso. Por se
tratar de casuística própria refere-se a caso específico e de variáveis muito
particulares. Estude e faça seu próprio caminho até chegar a um ponto que
considere satisfatório.
A
estrada evolutiva é individual e insubstituível. Portanto, ao invés de ficar
julgando e condenando os fragmentos do que consegue enxergar em caminhadas
alheias, foque no que pode fazer por si mesmo. O mundo está repleto de pessoas
aprioristas, preconceituosas e mal intencionadas que não acrescentam quase nada
e por isso investir em si mesmo também é um modo de contribuir com a média
geral. “Se eu quero mudar o mundo, tenho
que começar por mim.” - Mahatma Gandhi.
Ao
terminar a escrita desses eventos neste texto, mesmo depois de tanto tempo, soa
como certa catarse em função da exposição. Depois de revisitar esses
acontecimentos e pensar no que “devia ter feito” fica o desejo de que você aproveite
sua estadia nessa dimensão para rever a si mesmo e para evoluir ao máximo de
suas potencialidades. Nem sempre os erros podem ser desfeitos e nem todo pedido
de desculpas pode ser suficiente. A menor
correção hoje pode significar o maior acerto amanhã.
Todo
medo é fonte de sofrimento dispensável e a sensação de se libertar de qualquer
tipo de fobia é incrível.
Viva as companhias evolutivas!
Este texto traz
apenas informações básicas.
Estude! Se aprofunde
mais no assunto!
E não acredite em nada. Experimente!
Por Alexandre Pereira.