O hábito de remendar o que está quebrado

18:01:00 Administrador 0 Comments

Há duas condições terríveis que um ser humano afetivo pode passar: amar alguém que só faz mal e se enganar dizendo que ama um relacionamento que “não pode ser desfeito”. Nas condições do afeto é difícil dar palpites ou conselhos quando tudo é uma questão interna. Conduto, parece uma batalha perdida em insistir continuamente em remendar o que já se sabe intimamente não ter consertado.

Há remendos que são necessários e remendos negativos. Sábio é quem sabe o momento de parar e o momento de investir sem que seja uma decisão de cunho meramente emocional. Afinal, suas decisões são racionais ou emocionais? Apesar de sermos humanos (homo sapiens) a maioria das escolhas é fruto da emoção e de como se lida com determinada situação. Até mesmo os assuntos polêmicos e complicados normalmente são defesas emocionais e não decisões técnicas.

As pessoas têm paixões enormes, mesmo essas paixões sendo tóxicas. Para essa condição se denomina ectopia afetiva. Ou seja, é o amor pelo doente, pelo errado ou o que é patológico. Há milhares de amores errados quanto a pessoas, objetos e situações. Pense no caso de quem não consegue largar a droga que acaba por matá-lo lentamente. Há amores errados irremendáveis, pois já estão desestruturados por natureza. É amor permanecer com quem apenas o machuca?

Na vida é preciso fazer alguns ajustes, consertos fazem parte. Entretanto, o remendo enquanto hábito evidencia que algo está errado. Viver uma relação abusiva que traz só tormenta não é a resposta para nada. Passar os anos como um “remendador” destrói a autoestima e o valor próprio ao se comportar como um escravo sentimental. Será a pessoa capaz de remendar a si mesma depois de tanto tempo tentando remendar uma relação quebrada?

Quem vive juntando os próprios cacos emocionais está mais perto das trevas do que a luz do amor libertador. Uma relação amorosa de excelência infelizmente ainda são exceções. Boa parte das pessoas finge não apenas para o grande público, mas sobretudo para si mesmo. E desse modo vão seguindo os dias como se não tivessem outras alternativas ou esperança de uma mudança maior. Preferem a certeza dos remendos ao invés do desconhecido longe da zona de conforto.

Para quem está dentro de um buraco pouco importa a sua profundidade. O caminho do desconhecido tende a ser diferente e, ainda seja ruim, sempre haverá uma nova chance de recomeço. Que tal um fosso menos fundo ou quem sabe sair de toda forma de pobreza emocional? Quem está dentro de um buraco precisa, no primeiro momento, parar de cavar. A saída dos problemas está sempre acima de nossas cabeças, no horizonte ao qual a mente consegue alcançar.

Remende suas feridas, remende seu comportamento, remende até o que não for seu. No entanto, não reclame se o universo não o remendar de alguma forma. Afinal, de que adiante pedir uma solução ao cosmos se nem ao menos o seu coração você dá ouvidos? E muitas vezes é melhor recomeçar uma centena de vezes ao invés de ficar aprisionado na primeira armadilha. Um conserto que nunca tem fim é uma forma de autocastigo?

Esse texto traz apenas informações básicas.
Estude! Se aprofunde mais no assunto!
E não acredite em nada. Experimente!
 
Por Alexandre Pereira.



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