O Mestre dos Gênios e sua Lapidação Intelectual
No filme “O Mestre dos Gênios” (lançado em 2016) o
personagem central é o editor Max Perkins (interpretado pelo ator Colin Firth)
que orienta a escrita de diversos talentos e potenciais ao longo de sua
carreira. A obra foi baseada na historia real desse que foi um dos maiores
editores do mundo e que esteve por trás de figuras como Ernest Hemingway, F.
Scott Fitzgerald e Thomas Wolfe.
O filme mostra sua relação com o então desconhecido
Thomas Wolfe (interpretado por Jude Law) que lhe entrega um manuscrito de sua
obra original. Wolfe já cansado de ser rejeitado vê na figura de Perkins sua
última esperança. Com seu olhar clínico ele aceita publicar seu livro desde que
passe por algumas revisões.
Esse é o lado observável do filme, mas nas entrelinhas
estava um aspecto muito interessante: o de lapidador intelectual. Esse papel
fica muito evidente quando Wolfe leva seu segundo livro, intitulado “Do tempo e
do Rio“, em caixas e mais caixas em função da amplitude da obra. Depois de
olhar todo o montante, quando Wolfe já saia do recinto, o editor Perkins lhe
diz: “bom trabalho”.
Esse pequeno elogio é típico de quem está disposto e
disponível ao longo e demorado processo de qualificação autoral. Quem não
lapida, aceita qualquer texto, qualquer palavra e todas as formas de expressão.
Um lapidador como mostrado no Mestre dos Gênios é diferente por estar disposto
a ir até as últimas consequências em seu trabalho.
Essa sutilidade mostra que os gênios são produtos do
esforço e forjados ao “transpirar” para alcançar resultados satisfatórios. Eles
se empenham dentro de suas possibilidades e ninguém finge que escreve ou engana
que corrige. Ambos estão comprometidos com o resultado ainda que leve tempo e
seja um tanto desgastante o processo.
A genialidade é proveniente do espírito incansável e
construtivo. No caso do filme, por maior que tenha sido seu talento e potencial
foi apenas com o Perkins que passou de autor rejeitado para um escritor
cobiçado por todos. Seu talento teve de ser moldado, trabalhado e orientado com
maestria para que saísse do ordinário para o fora do comum.
Assim podemos analisar que o trabalho de mentoria pode
ser tão significativo quanto o da criatividade em si. Ou seja, ambos se
complementam. Esse tipo de conduta profissional deveria ser valorizada cada vez
mais já que as pessoas estão se acostumando com a tecnologia que deixa tudo
cada vez mais rápido e fácil.
Em certas questões não existe outro caminho que não
seja o trabalho duro. Assim sendo, é importante fazer brilhar o lapidador
intelectual que existe dentro de você em favor de si mesmo ou de outras
pessoas. Tenha a certeza de que no futuro toda espécie de legado que resista
será algo que precisou ter esforço contínuo ao longo do tempo, afinal todo
mundo consegue fazer o que é fácil.
Seja você um aspirante a escritor, um executivo ou um
vendedor as lições do filme servem para todas as áreas. Por exemplo, a ciência
que estuda a consciência, chamada de Conscienciologia, valoriza muito a
exaustividade (Exaustivologia) que é a atenção redobrada aos detalhes e fazendo
o necessário em matéria de escrita ainda que seja de modo exaustivo. Alias esse
modelo é ótimo para desenvolver a paciência e a concentração.
Que o exemplo do que deu certo seja sempre maior do
que a propaganda daquilo que ainda “pode ser“. Os fatos são muito mais
relevantes que as inúteis tentativas de achar atalhos para tudo. O sucesso é,
em primeiro lugar, um comprometimento íntimo. Se não houver abertismo mental
para o aprimoramento das próprias aspirações seremos sempre como um autor
rejeitado por si mesmo.
Esse texto traz apenas informações básicas.
Estude! Se aprofunde mais no assunto!
E não acredite em nada. Experimente!
Por Alexandre Pereira.
0 comentários: