7 minutos na eternidade
Cenário. A propriedade era próxima à Pasadena, perdida no sopé das Montanhas de
Sierra Madre. O quarto de dormir, localizado nos fundos da casa, era
perfeitamente ventilado com duas imensas janelas voltadas para as montanhas.
Ocupação. O trabalho intelectual prosseguia normalmente e ele entrava na reta
final para completá-lo. Sentia-se mentalmente disposto e fisicamente em forma,
escrevendo de 6 a 8 horas por dia, gozando de recreação plena ao ar livre. Ali,
estava sozinho, com exceção da sua cadela, Laska. Uma noite, de um dia igual
aos outros, ele se recolheu ao leito lá pelas 10 horas, e começou a ler notável
estudo sobre Etnologia, no caso dele, uma leitura característica de passatempo.
Momento. Próximo da meia-noite, Pelley se sentiu sonolento. Colocou o livro de
lado, retirou os óculos e apagou as lâmpadas de cabeceira, seguindo a rotina de
centenas de outras noites semelhantes já desfrutadas na tranqüilidade daquele
lugar ermo. A cadela Laska, enrolada no piso, dormia aos pés da cama, o seu
local favorito.
Hábitos. Pelley não se recordou de nenhum sonho específico da primeira metade
daquela noite, nem de qualquer distúrbio físico ou insônia. Não tinha o hábito
de tomar bebidas alcoólicas, sendo tão-somente, por cerca de duas décadas, um
fumante médio de cachimbo, objeto que trazia constantemente junto à sua máquina
de escrever.
Grito. No entanto, entre 3 e 4 horas da madrugada - horário este verificado
posteriormente – um grito agudo, interno e medonho pareceu-lhe irromper
abruptamente através da garganta comandada por sua consciência sonolenta. Com
horror, desesperado, ele gemeu para si mesmo: - “Estou morrendo! Estou
morrendo!”
Sensação. O que aconteceu de fato, naquele instante, ele nunca soube. Algum
instinto misterioso liquidou impiedosamente o seu sono, despertando-o com
aquela admoestação de desespero. Certamente algo muito sério lhe acontecera -
algo que jamais lhe ocorrera em toda a sua vida - uma sensação física que ele,
escritor por vocação, conseguiu descrever com todas as tintas, como sendo uma
combinação de ataque cardíaco e apoplexia.
Começo. Era uma sensação física. Não era um sonho. Ele se sentia inteiramente
desperto e lúcido. Sabia que alguma coisa acontecera com o seu coração ou com a
sua cabeça - ou talvez com ambos - durante o sono. A sua personalidade
consciente estava em luta contra forças sobre as quais não mantinha nenhum
controle.
Lembranças. Recordava que se deitara no leito, na escuridão do quarto de dormir, no
bangalô da Califórnia, quando o fenômeno começara e ele fora tragado pelas
profundezas de um espaço azul e frio, com a sensação de mergulho sem fundo como
se respirasse éter de anestesia. Sons estranhos estridulavam em seus ouvidos.
Repentinamente, no cérebro curiosamente aos trambolhões, um pensamento
predominava: - “Então é isso a morte?”
Laska. No intervalo entre o ataque agudo e o fim de seu mergulho, ele esteve
tão suficiente mente dono dos seus sentidos físicos que chegara a pensar: -
“Meu corpo morto vai ficar aí, nesta casa isolada, por muitos dias antes que
alguém descubra, a menos que Laska acorde e busque socorro.”
Voz. Em um certo instante, uma voz calma, clara e amiga disse junto ao seu
ouvido: - “Calma, meu velho. Não se preocupe. Você está bem. Estamos aqui para
socorrê-lo.”
Consciexes. Alguém o socorria - na verdade duas consciexes - uma com a destra em
sua nuca, suportando o seu peso, e outra com o braço passado debaixo dos seus
joelhos. Ele continuava fisicamente fraco, incapaz de abrir até os olhos, mesmo
porque uma luz opalina, fulgurante, se difundia de modo singular, por toda
parte, no lugar para onde o levaram.
Diálogo. Quando Pelley finalmente, dando conta de si, verificou que havia
renascido sobre lindo estrado, tipo laje de mármore, e repousava nu, perante 2
jovens de corpos vigorosos e aparência amigável, vestidos com uniformes que
pareciam tecidos em linho branco. Ambos se divertiam discretamente com a sua
confusão e seu óbvio vexame. “Como é, sente-se melhor?” - O mais alto dos 2
perguntou. Ele respondeu: - “Sim. Onde estou?”
Pergunta. Eles trocaram olhares e apenas responderam que não tentasse ver nada
nos próximos 7 minutos. Pelley sentiu que a sua pergunta não podia ser mais
tola. Ele sabia o que lhe acontecera. Atravessara todas as sensações da morte e
surgira em um lugar fascinante onde jamais estivera.
Êxtase. Usufruía em seu novo estado, tanto mental quanto fisicamente, de um
êxtase inexprimível. Sabia que não estava sonhando. Sentia-se vivo entre muitas
outras personalidades intensamente vivas. Levava consigo alguma espécie de
corpo pessoal para aquele novo ambiente, através do qual estava cônscio da
beleza e do encanto ao derredor que superava de muito todas as descrições já
impressas em papel pelo Homem. Percebera que conhecia intimamente aquelas duas criaturas.
E suas experiências extrafísicas se desenvolveram.
Experiências. Ao lado havia uma piscina na qual lhe recomendaram que se divertisse.
Ao nadar, naquilo que julgou ser água límpida, pareceu-lhe que a própria água
lhe dava uma roupa ao corpo desnudo. Outras consciexes surgiram. Ele mantinha a
impressão de que havia conhecido cada qual daqueles seres encantadores, em
alguma oportunidade anterior, pessoalmente, de modo íntimo. Todo terror e
estranheza de antes haviam desaparecido completamente.
Retorno. O término da sua experiência foi tão singular quanto o seu começo. Ele
se sentiu dominado por inesperado rodamoinho de vapor azulado, surgido, não
soube de onde, e alguma coisa estalou em seu corpo. Instantaneamente se sentiu
em seu corpo humano outra vez, sentado na cama, plenamente desperto. Notava
apenas certa exaustão física através do tórax e do abdome que perdurou por
alguns minutos. Então, gritou algo: – “Isso não foi um sonho!”
Cadela. Sua voz despertou a cadela que ainda dormia.
Artigo. De início, o jornalista-escritor relutou muito em escrever e publicar a
sua profunda experiência pessoal pela qual poderia ser tomado à conta de
excêntrico ou maníaco. Ele jamais se ocupara de quaisquer pesquisas parapsíquicas.
O fato poderia até mesmo afetar a sua consolidada reputação literária. Contudo,
os editores da The American Magazine (A Revista Americana), de New York,
venceram-lhe a resistência e o trabalho foi redigido, ainda que sob protesto, e
veio a público, como primeiro artigo no corpo da revista, em março de 1929.
Reação. A tiragem da publicação atingia, àquela época, cerca de 2 milhões e 225
mil exemplares. Os anunciantes calculavam que cada exemplar sendo lido, no
mínimo, por 4 pessoas, dava uma soma em torno de 10 milhões de leitores que
tiveram acesso à narrativa, sendo que a maioria chegara mesmo a lê-la. Tal fato
foi constatado, em seguida, pela devastadora reação postal. Milhares e milhares
de missivistas, homens e mulheres, queriam mais esclarecimentos sobre a sua extraordinária
experiência.
Cartas. Durante 6 meses o escritor qualificou, analisou, classificou e
respondeu à pletora de cartas. Foi impressionante constatar que apenas 24
missivistas não acreditaram que Pelley estives se sadio ou normal. Centenas e
centenas de leitores afirmavam que haviam tido experiências similares,
experimentando a condição da consciência fora do corpo humano. No entanto, a
maioria não tinha a coragem de expor as ocorrências nem mesmo aos seus parentes
mais chegados, temendo serem tachados de insanos cerebrais.
Constatação. Pelley constatou que a maioria dos missivistas tivera experiências que
foram substancialmente idênticas à sua nos detalhes básicos. A revista recebeu
144 sermões endereçados ao público por líderes religiosos sobre a experiência
em questão. O artigo foi transcrito em um sem-número de periódicos religiosos e
teológicos. Somente um pastor, entre todos, o acusou de estar com “a alma
vendida ao diabo,” porque em seu artigo nada mencionara sobre Jesus Cristo.
Pioneiro. Tornando-se célebre, de súbito, com o artigo, Pelley tinha consciência
de haver, de certo modo estranho, adquirido sentidos novos ou prodigiosas
faculdades perceptivas. Ele que era um materialista declarado, agora se sentia
qual um pioneiro na pesquisa da consciência humana. Ainda naquele ano de 1929,
escreveu o pequeno volume: “Sete Minutos na Eternidade com as suas
Conseqüências”.
Bozzano. O professor Ernesto Bozzano, o incansável pesquisador italiano dos
fenômenos anímicos e parapsíquicos, aos quais se dedicou cerca de 50 anos, fez
da história de Pelley o Caso IV de uma das suas dezenas de monografias:
“Xenoglossia - Mediunidade Poliglota”. A Editora da Federação Espírita
Brasileira lançou o seu livro, em português, algum tempo após a ocorrência, ou
seja, em 1933, no Rio de Janeiro, com esmerada tradução de Guillon Ribeiro.
Crookall. O prolífico cientista, paleobotânico e autor inglês Dr. Robert
Crookall, fez do relato de Pelley, o Caso Nº 92, de sua mais significativa
obra, The Study and Practice of Astral Projection (“O Estudo e a Prática da
Projeção Astral”), editada em Londres, em 1960, e em New York, em 1966. O caso
se inclui na seção do livro dedicada à análise das experiências fora do corpo
humano de caráter natural, ou seja, não-forçadas.
Hoje. Os fatos sob análise aqui já completaram 7 décadas e agora, já na reta
final do Século XX, os fenômenos da Projeciologia - especialmente impulsionados
pelas experiências da quase -morte, da Tanatologia ou Dessomática, da
Psicologia Transpessoal e das pesquisas dos sonhos lúcidos – em diversos países
e através de alentadas pesquisas, desfrutam de profundo interesse por parte de
eminentes cientistas em campos diversos, até mesmo interdisciplinares.
Argumentos. As pesquisas das experiências da consciência fora do corpo humano
estão, hoje, entre os principais argumentos que mais contribuem para evidenciar
de modo indiscutível, cientificamente, as múltiplas dimensões da vida e os
múltiplos veículos da consciência.
Liberdade. Acima de tudo, uma ocorrência é, hoje, incontestável: pode-se falar
sobre o tema das projeções conscienciais humanas abertamente, até através dos
maiores veículos de comunicação de massa da atualidade sem se temer a pecha de
louco ou de se cair no ridículo perante públicos de várias categorias.
Fatos. Os fatos continuam falando por si. As 254 fontes bibliográficas sobre
projeções conscientes catalogadas pelo Professor Ernesto Bozzano em 5 décadas,
passaram para 838 casos minuciosamente analisados pelo Dr. Robert Crookall
durante 3 décadas, e chegam agora, segundo os arquivos deste autor, a 5.116
fontes bibliográficas diversas, procedentes de 37 países, em 20 idiomas
diferentes, listadas no livro 700 Experimentos da Conscienciologia. Como se
observa, a Projeciologia e a Dessomática se desenvolvem agora, a passos firmes.
Só ainda não constatou este fato quem vive distante ou desatualizado quanto às
frentes de pesquisas científicas internacionais.
*
Este
texto é de autoria de Waldo Vieira e foi extraído do capítulo 496 do Tratado de
Projeciologia (5ª edição; páginas de 964 a 950). *
Este texto traz apenas informações
básicas.
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Por Alexandre Pereira.
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